Reprodução Assistida
Investiga as causas e trata as diferentes formas de infertilidade
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), um casal é considerado infértil quando tenta engravidar sem nenhum método contraceptivo por 1 ano e deve procurar um especialista após esse prazo.
Quando a mulher tem mais de 35 anos, o recomendado pelas Sociedades Nacionais e Internacionais de Reprodução, é que a investigação deve ser iniciada após 6 meses de tentativas.
Estatísticas da OMS apontam para 50-80 milhões de pessoas no mundo podem ser inférteis e no Brasil, esse número pode chegar a 8 milhões.
Existem várias causas femininas e masculinas para a infertilidade e um grande arsenal de exames é necessário para fazer esse diagnóstico e direcionar o tratamento.
Entre as muitas causas femininas, estão aquelas relacionadas a ovulação, às tubas uterinas, ao útero e até a questões genéticas. Entre as causas masculinas estão a varicocele, as obstruções e também causas genéticas. Além disso, ainda existe a infertilidade sem causa aparente, quando o casal faz todos os exames e mesmo assim não consegue identificar o motivo da dificuldade.
A escolha do tratamento ideal para cada casal depende da história e dos exames. Muitos casais desanimam ao enfrentar tantos meses de expectativas frustradas, mas vale ressaltar que ao procurar o especialista eles podem abrir um grande leque de possibilidades e tratamentos individualizados.
Alguns tipos de tratamento
Coito programado
O coito ou relação sexual programada é um dos tratamentos mais simples e, para muitos casais é o 1º passo para um acompanhamento especializado da fertilidade.
O ciclo menstrual da mulher é acompanhando através de exames de ultrassonografia para identificar se há ovulação e quando é o melhor dia para a relação sexual.
Ele pode ser feito de forma natural, ou seja, sem o uso de medicamentos, somente através da monitorização pelo ultrassom, ou de forma medicada utilizando medicações que estimulam a ovulação.
Inseminação intrauterina
A inseminação já é um tratamento de reprodução assistida, pois utiliza os recursos de um laboratório.
O ciclo da mulher é controlado da mesma forma que no coito programado, mas ao invés de indicar a relação sexual em casa durante o dia da ovulação, opta-se por preparar o sêmen em laboratório e injetá-lo diretamente dentro do útero.
Fertilização in vitro
Essa é a técnica de maior complexidade da reprodução assistida. Através dela, é possível tratar casais com causas mais graves de infertilidade, ou aqueles que já tentaram as técnicas mais simples e mesmo assim não conseguiram engravidar.
O ciclo menstrual é controlado, mas diferente dos demais tratamentos, as medicações para estimular a ovulação são necessárias.
Essas medicações são hormonais e injetáveis e estimulam os ovários em sua capacidade máxima de produção e liberação de óvulos em um ciclo.
O controle dos efeitos desses medicamentos é feito por ultrassonografia também e quando tudo está pronto para a coleta dos óvulos, uma última medicação é aplicada e o procedimento de fertilização é agendado.
A punção ovariana para a coleta dos óvulos é realizada sob sedação anestésica em ambiente cirúrgico vinculado ao laboratório de reprodução assistida.
Os óvulos e espermatozoides são preparados e manipulados pelo embriologista que realiza a ICSI (injeção intracitoplasmática do espermatozoide).
Durante alguns dias, a evolução do processo laboratorial é observada até o desenvolvimento do embrião que poderá ser transferido para o útero nesse mesmo ciclo ou congelado para outra momento.
Estudo genético pré-implantacional do embrião
Trata-se de uma avaliação genética do embrião antes da transferência para o útero. Esse estudo pode ser indicado quando há uma doença genética conhecida para selecionar os embriões livres da doença.
Outra indicação bem frequente é a realização de uma triagem de alterações que podem levar o casal a não conseguir engravidar, ou ter perdas gestacionais.
São inovações tecnológicas e científicas que permitem avaliar os embriões gerados pela fertilização in vitro e fazer um rastreamento de doenças cromossômicas. Não é possível estudar e avaliar todas as doenças genéticas e gênicas, por isso, essa técnica não é garantia de um bebê saudável, mas ela pode melhorar taxas de gravidez e reduzir abortamentos em casais com indicações médicas.